A psicoterapia para pessoas desorganizadas
- Psicóloga Tatiane Arruda

- 7 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Você se perde nos seus compromissos? Não sabe onde deixou objetos? Percebe dificuldades para iniciar e concluir tarefas? Tem a sensação que está sempre correndo atrás do relógio, sempre atrasado e com pressa? Bem, se a resposta para essas perguntas for sim, você pode ser uma pessoa desorganizada e buscar atendimento psicoterápico pode ser de grande auxílio para retomar o controle sobre sua vida e suas coisas.
E como saber se a desorganização é uma caraterística que atrapalha a vida ou apenas algum momento de acúmulo de tarefas ou situações? A diferença entre esses momentos é justamente o impacto que essa desorganização provoca na vida. Se for possível delimitar um momento, uma data de início para a desorganização, provavelmente estamos falando de uma fase, um período da vida em que aconteceu um acúmulo de coisas. Se, por outro lado, se percebe um prejuízo significativo, se a desorganização impede de fazer algo ou de ter resultados satisfatórios, podemos estar diante de uma situação que requer uma atenção especial.
A desorganização de rotina e das coisas reflete uma desorganização interna, e pode se mostrar nas dúvidas, na falta de foco, na dificuldade para tomar decisões. A organização requer uma definição de prioridades, requer escolhas e, até mesmo, correr riscos. Para essas definições, além de questões emocionais, as funções cognitivas são necessárias.
Existem mecanismos que podem ser usados para auxiliar na organização da rotina, como agenda, planilhas, lembretes. Porém, existe outra questão: se a desorganização é algo interno da pessoa, pode ser que a lista ou a agenda não consigam dar conta de tudo, visto que é preciso anotar e olhar a agenda, por exemplo, o que também requer alguma organização.
Nos casos em que a desorganização é um comportamento presente prejudicial, é necessário iniciar uma psicoterapia para entender o que realmente está acontecendo e buscar mecanismos eficazes para a mudança de comportamento. Essa característica pode ser um sinal de alguma condição que requer acompanhamento com diferentes profissionais.
Mas, o comportamento desorganizado atrapalha apenas a rotina e as tarefas que precisam ser realizadas? Não, o comportamento desorganizado interfere nas relações interpessoais, com familiares, amigos, colegas de trabalho, relacionamento amoroso.
Como é conviver com uma pessoa desorganizada? É possível fazer planos de futuro? É possível desenvolver um projeto de trabalho juntos? É bem possível que as pessoas que convivem com uma pessoa desorganizada tenha dificuldades para lidar com esse jeito de ser. Podem surgir várias situações de desentendimento, de irritação, de frustração, situações de sobrecarga emocional e que impactam na organização do próprio contexto.
E, por outro lado, quem é muito organizado? Como fica a convivência com uma pessoa que é organizada ao extremo? Como é dividir uma casa com alguém que coloca etiqueta em tudo? Ou que guarda as roupas por ordem de cor? E trabalhar com alguém assim na mesa do lado? Se a falta de organização gera problemas, a organização ao extremo também gera. E além de problemas, esses comportamentos geram sofrimento.
Aquela ideia de avaliar o impacto do comportamento para avaliar se é necessário algum tipo de tratamento é igualmente aplicada para a questão da organização. Ser uma pessoa organizada é um ótimo comportamento. Porém, a partir do momento que se usa tanto tempo guardando as roupas por cor e na manutenção disso, que a pessoa deixa de fazer outras coisas para dar conta, existe um problema. Ao perceber que a rotina diária foi alterada para realizar as atividades de organização ou que se deixa de fazer algo em função da desorganização de outro, preste atenção, você pode estar precisando de auxílio profissional.





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