Psicoterapia: momento de priorizar a sua saúde mental

Na psicoterapia busca-se a compreensão do que aconteceu ou está acontecendo, para dar um novo significado e promover uma mudança de comportamento e uma nova forma de lidar com as situações. Esse processo acontece quando a pessoa se propõe a priorizar sua saúde mental e fazer um investimento em si mesmo, na sua saúde e qualidade de vida.

No momento de decidir iniciar a psicoterapia, o adulto deve se questionar sobre a sua real motivação. Ir para a psicoterapia envolve sim falar, pensar, questionar, relembrar e buscar novos caminhos. E nesse processo, relembrar aquilo que causou dor e sofrimento também é uma etapa importante. Mas se não existe disponibilidade para enfrentar esses momentos durante a psicoterapia, qual a disponibilidade para a mudança? Algumas pessoas verbalizam que “prefiro não falar sobre isso, prefiro esquecer”. E o que acontece com as dificuldades que apenas são esquecidas? Elas são esquecidas conscientemente, mas, inconscientemente, sem perceber, elas continuam interferindo na vida, nas escolhas e nos comportamentos das pessoas.

Psicoterapia e mudança são processos que andam juntos, não existe processo psicoterápico sem mudança. Mudança sem psicoterapia é possível? Sim, claro que é, porém, o caminho pode ser mais longo e mais doloroso. E qual é o primeiro passo para qualquer mudança? Perceber que precisa mudar. Por que trocamos uma mesa de lugar? Porque percebemos que existe um lugar melhor para ela. Com nossos comportamentos é um raciocínio parecido: por que me comportar de uma forma diferente? Porque percebo que existem jeitos melhores de lidar com as situações. Se a pessoa não percebe ou não se dá conta que é importante mudar, a psicoterapia não será uma prioridade e nem fará sentido para ela. Não haverá disposição para pensar nas suas dificuldades.

A psicoterapia ainda é vista como um momento de conversa, um momento de desabafo, então, posso ir para conversar a cada quinze dias e tudo certo. Errado! A psicoterapia é uma modalidade de tratamento e, assim como num tratamento medicamentoso, requer uma frequência, requer doses que são prescritas pelo profissional responsável.

Uma figura igualmente importante no processo de psicoterapia é a do profissional. O envolvimento do psicólogo com o processo do seu cliente é imprescindível. Existe uma ideia de que o trabalho do psicólogo é “apenas escutar os outros falando”. Ao realizar a escuta, o profissional precisa estar atento ao conteúdo por trás da queixa, escutar além dos fatos que estão sendo relatados. A psicoterapia não é um momento de contação de histórias. Contar, relatar os fatos é a via para compreender os movimentos da pessoa nas situações. E o trabalho do psicólogo está exatamente nesse momento de sair do discurso verbal, consciente e organizado, para as sutilezas do que está sendo comunicado nas emoções e sensações diante dos fatos acontecidos.

O vínculo que se estabelece entre profissional e cliente é fundamental para que o processo terapêutico aconteça. A relação de confiança entre ambos permitirá que o cliente possa expor suas questões e que o psicólogo possa devolver suas impressões. É a partir dessa troca que os objetivos da psicoterapia vão sendo alcançados. Ao escolher um profissional para estabelecer a relação terapêutica, o cliente deve estar atento a como se sente diante dele. O preparo profissional é essencial, é o que qualifica e diferencia o atendimento psicoterápico de uma conversa.